Uma reportagem trazida pela CNN há cerca de dois anos, abordava um assunto que hoje tem sido tema de debate frequente em nossa cidade: a crise financeira que as Santas Casas e hospitais filantrópicos enfrentam.
A situação, tem comprometido o funcionamento de centenas de instituições de saúde em todo o Brasil. De acordo com a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), mais de 500 unidades fecharam suas portas nos últimos cinco anos, e o déficit do setor já chega a impressionantes R$ 10,9 bilhões.
Essas instituições são responsáveis pela manutenção de 169 mil leitos hospitalares e 26 mil leitos de UTI, o que torna ainda mais preocupante o impacto da crise na continuidade dos tratamentos. A escassez de recursos tem colocado em risco a saúde de milhares de pacientes, que dependem dos serviços oferecidos por essas unidades, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Um dos principais fatores que agravam a situação é a defasagem de aproximadamente 60% entre o valor gasto com a manutenção dessas instituições e os repasses recebidos do SUS.
Em nossa cidade, o provedor da Santa Casa, Cilon Lopes de Siqueira, revelou em entrevista aos podcasts “A Nossa Voz” e “A Bem da Verdade”, que a receita mensal do hospital gira em torno de R$ 3,5 milhões, com recursos provenientes do SUS, do Governo do Estado, da Prefeitura, além de convênios, atendimentos particulares e outras receitas próprias. Contudo, Cilon destacou que o ideal seria uma receita de R$ 5 milhões por mês, o que tornaria possível enfrentar a defasagem da tabela SUS e garantir o funcionamento regular da instituição.
Em uma tentativa de aumentar a transparência na gestão dos recursos públicos, o Prefeito de São Gabriel, Lucas Menezes, anunciou no último sábado, 15, que será realizada uma auditoria completa na Santa Casa de Caridade. A medida visa garantir a clareza na administração financeira da instituição, com o objetivo de assegurar que os recursos sejam utilizados de forma eficaz e eficiente, no atendimento à população.
A crise financeira das Santas Casas e hospitais filantrópicos continua a ser um desafio central para a saúde pública no Brasil, e especialistas afirmam que medidas urgentes são necessárias para garantir a sobrevivência dessas instituições essenciais para o Sistema Único de Saúde (SUS).
